Saímos correndo, eu e Pedro, atrás de um táxi que nos levasse ao Cine Verdi, às dez e meia da noite. É uma das poucas salas em Barcelona onde se pode assistir a um filme estrangeiro não dublado. Tínhamos 15 minutos para chegar lá. A pé levaríamos 30, de metrô um pouco mais. E nada de passar um táxi.
Mas a sorte persegue os bons, ainda mais num sábado à noite quando é humanamente impossível ficar dentro de casa neste calor de derreter. Que pasó? Tinha outro cinema no meio do caminho. Cine Nàpols, na calle Sant Antoni Maria Claret, a menos de 200 metros de casa.
Nem deu tempo de ver o cartaz direito. Informação número 1: o horário da sessão. 22h35. Ok, só perdemos 5 minutos, vamos lá. Enquanto eu comprava os ingressos, Pedro examinou o cartaz: Anticristo, de Lars Von Trier. Ele mesmo, o dinamarquês que aterrorizou platéia e jurados no último Festival de Cannes, dividiu a crítica do mundo todo e não tem o mínimo pudor em dizer que é o melhor do mundo.
Nem vou dizer o que penso dele. E confesso que vou levar algum tempo para entender o filme - se é que conseguirei. Mas uma coisa não se pode negar: a fotografia de Anticristo é es-pe-ta-cu-lar! Crua como tem que ser, sombria e delicada ao mesmo tempo, desconcertante, avassaladora. É quase um personagem à parte. Mais do que isso: é o pano de fundo da narrativa, uma espécie de texto atrás do texto. O texto do inconsciente.
Anticristo não é um filme para se amar ou odiar. É um filme para se ver! Aunque sea dublado em espanhol.
E como estou na onda do vídeo, segue o trailer. Sem dublagem, claro!
Roteiro e direção: Lars Von Trier / Fotografia: Anthony Dod Mantle / Com Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg (Melhor Atriz no Festival de Cannes 2009) - Terror, 109 minutos
Nenhum comentário:
Postar um comentário